Direitos, contratação colectiva e salários
mobilizam milhares

Patrões confrontados <br>nas empresas

Junto a importantes unidades industriais, sedes patronais e estabelecimentos comerciais, a semana nacional de acção e luta serviu para mostrar como os trabalhadores estão dispostos a defender os seus direitos e interesses.

Ao poder do patronato respondem os trabalhadores com unidade e luta

O CCT de 2011 está em vigor e as empresas da ATP têm de o cumprir, exigiram os trabalhadores em Famalicão

Na tarde de dia 18, quarta-feira, teve lugar em Vila Nova de Famalicão uma grande manifestação de trabalhadores das indústrias têxteis e de vestuário, que saiu dos Paços do Concelho para junto da sede da ATP, no edifício do Citeve. Promovida pela Fesete/CGTP-IN e pelos sindicatos com âmbito de representação na área de Aveiro, Porto, Braga e Viana do Castelo, onde se situa a maior parte das empresas filiadas naquela associação patronal, a manifestação teve por objectivo reclamar o desbloqueamento da contratação colectiva e denunciar a posição ilegal da ATP. Esta ignora um parecer da DGERT (Ministério do Trabalho) a reafirmar, em finais de Abril, que o contrato colectivo de trabalho negociado e publicado em 2011 está em vigor, e continua a instruir as empresas filiadas a que o não respeitem.
Estão em causa prejuízos para os trabalhadores no gozo do Carnaval e do feriado municipal, no pagamento do trabalho por turnos e nocturno, e até o subsídio de amas e infantários, há muitos anos praticado num sector com predominância de mão-de-obra feminina.
O Secretário-geral da CGTP-IN, que participou na manifestação com uma delegação da direcção da confederação, apontou este caso como motivo para que o Governo tome medidas para acabar de vez com o bloqueamento patronal da contratação colectiva. Arménio Carlos voltou a sublinhar que esta constitui um elemento estruturante na democracia.

No mesmo dia, em São João da Madeira, dirigentes e delegados sindicais do SITE Centro-Norte realizaram concentrações junto à Lorcol e à Cipade, empresas dirigentes da AICCS, uma das associações patronais subscritoras do contrato colectivo de trabalho das indústrias químicas, para reclamarem a abertura de negociações da proposta de actualização salarial apresentada há meses pela Fiequimetal/CGTP-IN.

Ainda nesta cidade e também no dia 18, o SITE Centro-Norte denunciou na rua e num comunicado aos trabalhadores a gravidade que atinge o assédio moral na fábrica da Faurecia.

Em Paio Pires, igualmente naquela quarta-feira, em conferência de imprensa à porta da empresa, representantes dos trabalhadores da Siderurgia Nacional Seixal acusaram a administração de pressionar o pessoal com mais antiguidade, para obter a rescisão de contratos, enquanto recruta trabalhadores com vínculos precários, salários mais baixos e horários do Século XIX.

Na Charneca da Caparica, junto ao Minipreço, o CESP/CGTP-IN promoveu uma concentração para protestar contra a transferência compulsiva, para outros estabelecimentos do grupo espanhol DIA, de trabalhadores que fizeram greve no dia 1 de Maio.

No dia 19, voltaram a fazer greve por uma hora, com concentração na entrada principal da empresa, os trabalhadores da Caetanobus, em Vila Nova de Gaia, reclamando aumentos salariais para todos e o fim da discriminação.

Também na quinta-feira e por aumentos salariais, fizeram greve e saíram à rua os trabalhadores da Jado Ibéria, em Braga.

O 5.º Congresso da Fesaht foi marcado pelas lutas que se fizeram sentir esta semana

Grande destaque à defesa da contratação colectiva e de melhores salários foi dado no 5.º Congresso da Fesaht/CGTP-IN, que teve lugar nos dias 19 e 20, num hotel de Peniche. No final do primeiro dia, interveio Arménio Carlos. No congresso, foi eleita a direcção da federação e foi aprovado o Programa de Acção para os próximos quatro anos.

Nas refinarias da Petrogal vai prosseguir a greve em defesa dos direitos e do AE (foto em Sines)

No dia 20, de manhã, reuniram-se em plenário trabalhadores da refinaria de Sines da Petrogal, incluindo muitos que estão com vínculos precários no consórcio responsável pela manutenção. A luta contra a precariedade esteve em destaque na intervenção do Secretário-geral da CGTP-IN. À mesma hora, na refinaria do Porto, o piquete de greve e outros trabalhadores concentraram-se na portaria principal. Desde Janeiro, mantém-se uma dura luta em defesa da contratação colectiva e dos direitos atacados pela administração da Petrogal e do Grupo Galp Energia.

No Grupo EGF, a Mota-Engil tem de respeitar os compromissos da contratação colectiva

Até à sede da Mota-Engil, em Linda-a-Velha (Oeiras), nesta sexta-feira, foram trabalhadores da Valorsul, da Amarsul, da Valorlis, da Resistrela e da Valnor, do Grupo EGF. A concentração, para reclamar o cumprimento da contratação colectiva e o aumento dos salários, bem como para apontar o contraste entre o que afirmavam os promotores da privatização e a realidade vivida desde Julho de 2015, foi organizada pelos sindicatos da CGTP-IN neste sector, o SITE Sul e o SITE Centro-Sul e Regiões Autónomas (da Fiequimetal) e o STAL.

Em Vila Nova de Gaia, também no dia 20, fizeram greve os trabalhadores da Groz-Beckert, uma hora por turno, com concentração no exterior da fábrica, reclamando melhores salários.

O CESP realizou acções na Sonae, no Jumbo e no Minipreço

Junto à sede da Sonae MC, o CESP realizou no último dia da semana de luta uma concentração, para reclamar aumentos salariais e exigir melhores condições de trabalho nos hipermercados Continente.
O mesmo sindicato apoiou uma concentração de trabalhadores do Jumbo de Matosinhos, por melhorias salariais e outras reivindicações, e também para denunciar discriminação e assédio moral.

O 19.º Encontro Nacional de Comissões de Trabalhadores, que decorreu no dia 20, no Seixal, terminou em manifestação


 



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